“Empresários são sócios da governabilidade”, diz Monteiro
11/03/2015
Brasília (11 de março) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse hoje que “os empresários não devem sucumbir a um clima de pessimismo e desalento que contamina as expectativas e que não encontra correspondência com a economia real do país e os seus fundamentos”, afirmou em encontro com os dirigentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Para Monteiro, o país enfrentou crises mais agudas que a atual, no passado recente, e as superou. “O país também vai superar esta quadra desafiando os pessimistas que, no Brasil, estão condenados a perder”, disse. Ele lembrou que o nível das reservas brasileiras já foi correspondente a dois meses de exportações e hoje alcança a 15 meses, o que demostra que o raio de manobra em face à crise é maior atualmente. “Esta crise nem de longe nos coloca riscos como as que superamos no passado”, avaliou.
Aos empresários, Monteiro disse que o segmento é “sócio da governabilidade”. “É importante não confundir governo com governabilidade. As pessoas podem ter indisposição com o governo e com governantes. Isso é natural da democracia. Agora, os empresários são sócios da confiança e da governabilidade, que emana da sociedade, do poder público, do Legislativo, do Judiciário, e não somente do Executivo que não pode resolver tudo”, explicou.
O ministro salientou a necessidade de o governo e o Congresso Nacional tomarem medidas para o enfrentamento da crise. “Não quero aqui diminuir a necessidade de um ajuste fiscal, e de um ajuste severo”, afirmou. Ele considerou que o governo vem tratando o tema com seriedade e buscando diversas formas e meios para realizar correções. “Para além das medidas de corte de gastos discricionários e elevação de tributos, pela primeira vez, o governo decidiu enfrentar distorções importantes que havia em benefícios como o seguro desemprego e o auxílio doença, o que é um avanço”, comentou.
Monteiro ainda reforçou a alternativa das exportações para gerar maior crescimento econômico. “É preciso pensar mais seriamente nas exportações em uma situação de câmbio mais favorável, o que permite reduzir custos sistêmicos e ganhar em competitividade”, disse. O ministro falou que sua pasta está elaborando o Plano Nacional de Exportações, em conjunto com o setor privado, e que buscará reposicionar o país no mundo com uma política comercial mais pragmática. O plano estará focado em instrumentos de financiamento e de garantias, e ainda em promoção e inteligência comercial.
Foto: Paulo Negreiros/CNC
