sábado, 16 de octubre de 2010

INTERNACIONALIZAÇÃO DO BRASIL ENTRE OS BRICS

RANKING - Internacionalização do Brasil é a maior entre os Brics
Apesar da forte expansão da China nos últimos anos, o Brasil lidera o ranking de economia mais internacionalizada entre os países do Bric (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China).
Até o ano passado, o estoque de investimento estrangeiro direto (IDE), que inclui tudo que entrou no País ao longo do tempo, somava 25% do Produto Interno Bruto (PIB) - acima dos números de Rússia (21%), Índia (13%) e China (10%).
Os dados constam de levantamento feito pelo economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). "Os números mostram que o Brasil tem uma base instalada maior que a dos nossos concorrentes. Mais de 400 das 500 maiores empresas transnacionais operam no País", destaca Lacerda. "Seguindo essa linha, deveríamos ter uma inserção internacional mais qualificada, já que essas empresas exportam e controlam 2/3 do comércio internacional."
Na opinião de especialistas, no entanto, a posição atual no ranking de internacionalização pode se alterar rapidamente. Nos últimos anos, o volume de investimento estrangeiro no Brasil tem sido quase três vezes menor que o verificado na China, principal destino dos investidores entre os Brics. No ano passado, por exemplo, os chineses receberam US$ 95 bilhões e o Brasil, US$ 26 bilhões, segundo o estudo.
"Nossa internacionalização ocorreu quando tínhamos uma taxa de câmbio civilizada. Hoje ficou caro investir no Brasil por causa do dólar", afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Ele comenta que boa parte dos recursos que ingressam no País destina-se a setores ligados a commodities, comércio e logística. "Para a indústria de manufatura, vem pouca coisa ou quase nada."
Fonte: O Estado de São Paulo (16/10/2010)

jueves, 14 de octubre de 2010

O INTERCAMBIO COMERCIAL VENEZUELA BRASIL FECHA O TERCEIRO TRIMESTRE DO ANO EM 3.527 MILHOES DE DOLARES

AS IMPORTACOES VENEZUELANAS PROVENIENTES DO BRASIL ALCANÇARAM AO FECHAMENTOE DE SETEMBRO UMA FATURAÇÃO DE 2.846 MILHÕES DE DOLARES AMERICANOS E EXPORTAÇÕES DE 681 MILLONES. AS IMPORTAÇÕES TIVERAM UM ACRESCIMO DE 10% EM RELAÇÃO AO ANO PASSADO E AS EXPORTAÇÕES VENEZUELANAS PARA ESSE PAIS TIVERAM UM AUMENTO DE 75%.

sábado, 9 de octubre de 2010

DILMA COM 48% E SERRA 41% NA ULTIMA ENCUESTA DE INTENCAO DE VOTOS

Datafolha mostra Dilma com 54% dos votos válidos contra 46% de Serra
No levantamento anterior, feito às vésperas do 1º turno, a petista aparecia com 52% dos votos totais contra 40% de Serra; porcentagem de indecisos subiu de 3% para 7%
09 de outubro de 2010 | 16h 23
Leia a notícia
Pesquisa Datafolha divulgada na edição de domingo, 10, do jornal 'Folha de S.Paulo' aponta a candidata do PT à Presidência da República com 48% das intenções de votos contra 41% de José Serra (PSDB). Em número de votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos), Dilma tem 54% contra 46% de Serra. 4% dos eleitores afirmaram que irão votar em branco ou nulo e outros 7% estão indecisos.
Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 1º e 2 de outubro, o instituto havia feito uma simulação para o segundo turno. Dilma aparecia com 52% dos votos totais contra 40% de Serra. 5% afirmaram que votariam em branco ou nulo e 3% estavam indecisos.
Herança de Marina
O Datafolha questionou também os eleitores de Marina Silva (PV), que teve quase 20 milhões de votos no primeiro turno, sobre a intenção de voto no segundo turno. 51% dos que votaram em Marina no primeiro turno declararam voto em Serra. Dilma herda 22% dos votos de Marina. Na pesquisa anterior, a petista tinha 31% dos votos da candidata verde. Serra tinha 50% às vésperas do primeiro turno. O número de indecisos entre os verdes teve um aumento considerável, passando de 4% no primeiro turno para 18%.
Estratificação
Na divisão por região, Dilma aparece com ampla vantagem no Nordeste, onde registra 62% das intenções de voto, contra 31% de Serra. No Sudeste, há empate técnico (situação em que a diferença entre os candidatos está dentro da margem de erro): o tucano registra 44% contra 41% da petista. No Norte/Centro-Oeste, o cenário também é de empate técnico: Serra tem 46% e Dilma, 44%. A região Sul é a única onde Serra lidera fora da margem de erro: 48% a 43%.
Na segmentação por renda, Dilma lidera por 52% a 37% entre quem ganha até 2 salários mínimos e por 47% a 41% entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos. Já Serra obtém 48% contra 40% entre a população que ganha de 5 a 10 salários mínimos e 58% contra 33% entre quem ganha mais de 10 salários mínimos.
Dilma lidera entre os homens, por 52% a 39%. Entre as mulheres, empate técnico: 43% para a petista contra 44% de Serra. Na segmentação por escolaridade, Dilma lidera entre quem tem o ensino fundamental, com 54%, contra 36%. Entre os eleitores que têm o ensino médio, outro empate técnico: 44% para Dilma, 45% para Serra. O tucano lidera com 50% das intenções de voto entre eleitores com curso superior, contra 36% de Dilma.
A pesquisa foi encomendada pelo jornal e pela Rede Globo. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi realizado na sexta-feira, 8, com 3.265 eleitores em 201 municípios e está registrado no TSE com o número 35114/2010.

POLITICA CAMBIAL BRASILEIRA NAO AJUDA O EXPORTADOR

POLÍTICA ECONÔMICA - Dólar em queda tira o sono de empresas exportadoras / Ernani Fagundes
O dólar fechou o dia de ontem cotado a R$ 1,68 -- portanto abaixo do patamar de R$ 1,70 -- pelo terceiro dia consecutivo.
Na opinião de analistas consultados pelo DCI, essa tendência de valorização do real tende a diminuir ainda mais o saldo positivo da balança comercial. "Muitos exportadores, sobretudo os de produtos industrializados, não devem estar dormindo esses dias", avaliou o coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios, Olavo Henrique Furtado.
O professor aponta a indústria nacional como a principal prejudicada com a queda do valor da moeda americana. "O grande volume de importação de manufaturados vai ter um impacto muito grande na indústria nacional", alerta Furtado.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o saldo positivo da balança comercial, a diferença de valor entre exportações e importações brasileiras, vem caindo nos últimos anos.
Dos US$ 46,45 bilhões registrados em 2006, caiu para US$ 40,03 bilhões em 2007 e ainda mais em 2008, quando registrou US$ 24,95 bilhões. O saldo comercial se manteve baixo em 2009, em US$ 25,27 bilhões, época em que o Brasil sentiu os efeitos da crise econômica mundial.
Mas de acordo com o professor, o saldo positivo pode cair ainda mais em 2010. "O mercado consumidor nacional é muito grande, mas não é mais exclusivo da indústria brasileira", observou.
Segundo Furtado, a abertura de mercado veio para ficar. "A única economia fechada do mundo é a Coreia do Norte", diferenciou.
Para o professor da Trevisan, a indústria terá que se adaptar a nova realidade. "Terá que chamar seus tradicionais fornecedores e negociar, argumentando que está mais barato trazer os insumos do exterior", sugeriu Furtado.
Ele avaliou as medidas que o governo tomou nos últimos dias para segurar a cotação da moeda norte-americana. "No curto prazo as medidas foram acertadas, mas vamos ver se elas vão surtir efeito", comentou Furtado.

O professor se referiu ao fato do governo ter aumentado a alíquota do Imposto de Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% nas aplicações de renda fixa, e de ampliar o prazo de contratação de operações de câmbio de 750 dias para 1.500 dias.
"O que pode acontecer é que o investidor ou o exportador vão deixar os dólares mais tempo no exterior", avaliou Furtado.
Ele completou: "No médio prazo, o Brasil terá que superar seus gargalos de infraestrutura e logística para ser mais competitivo nas exportações", concluiu o professor da Trevisan.
Se o setor industrial não está dormindo com a queda do dólar, outro setor, o de commodities vive crescimento expressivo das exportações, mesmo com o dólar em patamares baixos.
"As exportações estão crescendo em ritmo forte e devem crescer mais 7% em 2011 mesmo com o cenário de dólar baixo", prevê o analista da Tendências Consultoria, Bruno Lavieri.
De fato, de acordo com dados do Mdic, as exportações cresceram 28,9% em 2010 e alcançaram US$ 144,93 bilhões até o final do mês de setembro e devem superar a meta do governo de US$ 180 bilhões para este ano.
"A China e outros países em desenvolvimento estão comprando muitas commodities do Brasil, e estamos repassando aumentos nos preços dessas mercadorias", destaca Lavieri.
Nos últimos doze meses as commodities e semimanufaturados apresentaram elevação de preços. Os destaques são: minério de ferro (172,9%), suco de laranja (70,9%), laminados planos (50,3%), semimanufaturados de ferro e aço (50,1%), couro (49,3%), celulose (43,9%), fumo em folhas (35,9%), café em grão (27,3%), carne suína (25,7%), açúcar em bruto (23,6%), açúcar refinado (21,5%), etanol (20,7%), milho (17,9%), carne bovina (+16,7%), alumínio em bruto (15,5%) e óleo de soja (11,1%).
Mas o volume de importações cresceu 45,1% em 2010 e alcançou US$ 132,15 bilhões até setembro. "Os preços dos produtos manufaturados nos países desenvolvidos continuam muito baixos. É uma oportunidade para importar a preços atraentes", argumentou Bruno Lavieri.

MERCADO AGRICOLA DA VENEZUELA - CHAVES NACIONALIZA EMPRESA DO SETOR AGRICOLA

MERCADO AGRÍCOLA - Chávez nacionaliza empresa do setor agrícola / Flávia Marreiro
Líderes do setor criticam excesso do governo, que busca "controle total". Venezuela importa 70% dos alimentos que consome; desde 2003, expropriou 2,5 milhões de hectares de terra .
Dono de terras, fábricas e supermercados, o governo Hugo Chávez decidiu nesta semana decretar "a compra forçosa" da empresa Agroisleña, líder no mercado de implementos agrícolas.
A atitude provocou reação em produtores rurais e pecuaristas, e até em exportadores brasileiros.
Ontem, o presidente da Fedenaga, a associação nacional de produtores de gado, subiu o tom do protesto. "Presidente, chegou a hora de corrigir. Não tente nos encurralar", disse o presidente da entidade, Egildo Luján.
"Se tentar nos tirar nossas propriedades, nos defenderemos", continuou.
Analistas veem a nacionalização da empresa hispano-venezuelana Agroisleña como a segunda etapa da "radicalização da revolução agrária" anunciada por Chávez no domingo. A primeira foi a aprovação, em maio, da nova lei de terras, que proíbe arrendamentos, por exemplo.
O governo argumentou que a Agroisleña, responsável por 60% do mercado de implementos agrícolas, "envenenava" o campo e mantinha uma relação "feudal" com seus clientes. Prometeu pagar um preço "justo" pela empresa.
Mesmo a Confagan, confederação de pecuaristas e agricultores, com 300 mil afiliados, que apoiou a decisão de Chávez, exortou o governo a manter o nível de gerência da empresa, com mais de 50 pontos de venda no país.
Entre economistas considerados próximos do governo, como o ex-ministro da Indústria Básica Victor Álvarez, as críticas são sobre o voluntarismo e a falta de quadros no governo para tocar tantas responsabilidades ao mesmo tempo.
"É só ver quantos no governo acumulam cargos. A falta de quadros é um gargalo", disse Álvarez, autor de "Para Onde Vai o Modelo Produtivo Venezuelano?".
A Venezuela importa 70% dos alimentos que consome, numa dependência que se ampliou na era Chávez, de 1999 para cá.
Com a nacionalização, o governo participa de mais uma etapa do setor de alimentos, considerado "estratégico". O plano de desenvolvimento socialista 2007-2013 diz que o Estado conservará o controle total das atividades produtivas estratégicas.
O governo anunciou que deve expropriar mais 750 mil hectares nos próximos meses -em sete anos foram expropriados 2,5 milhões de hectares. Desde 2007, já controla 75% da produção de café, 42% da farinha de milho -base da alimentação local- e quase metade da produção de leite.

EXPORTACAO DE MAQUINAS AGRICOLAS VOLTOU A CRESCER EM SETEMBRO

AGRONEGÓCIOS - Exportação de máquinas agrícolas reage / Alexandre Inacio
A valorização do real frente ao dólar não limitou as exportações de máquinas agrícolas em setembro.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que foram embarcadas no mês passado 2,05 mil unidades, 22,9% superior ao registrado em agosto. No acumulado até setembro, as vendas externas de máquinas somam 10,16 mil unidades, 30% a mais do que no mesmo período de 2009.
"De fato houve um crescimento, mas é que 2009 não pode ser considerado um parâmetro de comparação por conta da crise", afirma Milton Rego, vice-presidente da Anfavea. Segundo ele, as exportações brasileiras não conseguirão atingir em 2010 a projeção da entidade, de 20 mil unidades. Mesmo que o resultado fosse alcançado, representaria um crescimento de 35% sobre 2009, porém, uma queda de 34% em comparação a 2008.
Enquanto as exportações cresceram, as vendas no mercado interno recuaram 7% em setembro para 6,08 mil máquinas, mas aumentaram 11,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos nove primeiros meses do ano, as vendas de tratores e colheitadeiras somaram 54,02 mil unidades, aumento de 40,8% sobre o mesmo período de 2009.

RECUPERACAO DOS PRECOS AGRICOLAS AMEACA A INFLACAO NO BRASIL

ANÁLISE - Recuperação de preços agrícolas ameaça taxa de inflação no curto e longo prazos / Geraldo Barros* especial para a Folha de São Paulo
A recuperação em curso dos preços agrícolas é fruto do expressivo crescimento dos países emergentes e da conjunção de fatores climáticos que vem atingindo diversos países produtores.
Poderia se pensar que, se esses fatores climáticos fossem passageiros, em pouco tempo a subida dos preços estaria contida.
É preciso ter em conta, porém, que o mundo continua com liquidez elevada.
No Brasil, embora o câmbio valorizado amorteça o repasse dos aumentos do mercado externo, o nosso forte crescimento econômico, com o baixo desemprego e com reajustes salariais bem acima da inflação, também pode acomodar qualquer tendência de alta.
Em suma, o terreno é perigoso para choques de oferta em tempos de demanda firme. Se, por ventura, o movimento do câmbio mudasse de direção, poderia se perder a âncora controladora dos preços internos.
O foco da discussão do quadro macroeconômico brasileiro, porém, migrou da inflação para a taxa de câmbio, considerada exageradamente valorizada.
Nessa situação, o governo brasileiro faz coro a uma diversidade de países que veem na estratégia da China -de manter a paridade de sua moeda ao dólar americano- a raiz dos seus desajustes cambiais, com impactos deletérios sobre as suas contas externas e sobre setores menos competitivos.
Lembre-se, porém, que as recriminações à China se avolumaram a partir da crise financeira que derrubou as economias desenvolvidas, as quais, para aliviar os impactos recessivos, encharcaram de liquidez a si próprias e, bem assim, o mundo todo.
Até então, a política cambial chinesa era considerada bastante conveniente para muitos países, especialmente os desenvolvidos.
Para o Brasil, o yuan mantinha-se em níveis desconfortáveis, mas suportáveis. Agora, o desequilíbrio entre as moedas é sentido muito mais intensamente.
Resulta forte pressão para que as autoridades tomem alguma atitude abrindo sua caixa de ferramentas supostamente capazes de, unilateralmente, conter o ímpeto da entrada de moedas estrangeiras no país.
O mais provável é que se assista a um desfile de medidas que costumeiramente são lembradas nessas ocasiões.
Todas elas de eficácia duvidosa, como mostra a experiência e consideradas a atração que o país exerce sobre os capitais disponíveis em abundância internacionalmente, e a competitividade do Brasil nos setores mais ligados aos recursos naturais.
Neste momento em que as luzes se voltam para as turbulências financeiras, não se deve perder de vista o longo prazo, especialmente estando o país em meio ao processo eleitoral, em que são selecionados governantes e legisladores para os próximos quatro anos.
Para a agricultura -mais do que o controle do câmbio-, é essencial que seja mantida e fortalecida a estratégia que garantiu estabilidade de preços, melhorias na distribuição de renda e formação de um grosso colchão de divisas estrangeiras.
Os principais desafios são recuperar e expandir a infraestrutura; manter o crescimento de produtividade, para garantir preços baixos e preservação de recursos naturais; obter ganhos concretos nas negociações internacionais; e apoiar mais os produtores rurais, principalmente os menores, que não têm acompanhado a modernização do setor.
Como evidenciou o Censo de 2006, entre esses campeiam o analfabetismo, a falta de financiamento e de assistência técnica e o baixo nível de renda. Em síntese, a regra é: não descuidar da "galinha dos ovos de ouro".
*Geraldo Barros é professor titular da USP/Esalq e coordenador científico do Cepea/Esalq/USP.
Fonte: Folha de São Paulo (9/10/2010)

domingo, 3 de octubre de 2010

EXPORTACAO DE ACUCAR SUPERA O SETOR DAS CARNES

COMMODITIES - Exportação de açúcar supera a de carnes / Mauro ZafalonEntre janeiro e setembro, venda externa somou US$ 8,9 bi, ante US$ 8,1 bi em carnes de frango, bovina e suína. Receitas obtidas com as exportações de açúcar até setembro são 60% superiores às de igual período do ano passado.
As exportações de açúcar desbancaram as de carne, e o produto assume o segundo lugar na lista dos principais itens do agronegócio. De janeiro a setembro deste ano, as receitas com açúcar somaram US$ 8,9 bilhões. Nesse período, as exportações de carnes "in natura" (frango, bovina e suína) renderam US$ 8,1 bilhões. O acumulado de janeiro a agosto já sinalizava números próximos e as perspectivas de mercado já indicam que o açúcar ganharia uma boa vantagem sobre as carnes. Não foram as carnes que perderam espaço no mercado externo, mas sim o açúcar que disparou. A receita até setembro é 60% superior à de igual período de 2009. Deficit mundial, problemas na produção da Índia e menor moagem de cana no Brasil -o que preocupou o mercado- sustentaram os preços externos. Já as carnes, com maior demanda externa, principalmente de emergentes, trouxeram 25% mais receitas ao país em relação a 2009. O volume financeiro obtido com as exportações de açúcar de janeiro a setembro superou o das carnes em 9%. No ano passado, as vendas de carnes renderam US$ 6,5 bilhões, ante US$ 5,6 bilhões obtidos com o açúcar. Mais 15% sobre 2009 A melhora nos preços externos das commodities agropecuárias já garantem ao Brasil, neste ano, receitas 15% superiores às do ano passado, quando considerados os principais itens da balança comercial. A liderança nas exportações fica com o complexo soja, cujas receitas já somam US$ 14,7 bilhões até setembro, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento. Apesar de manter a liderança, a oleaginosa rema na contramão das demais commodities e registra recuo nas receitas acumuladas no ano. Devido à melhora de preços e à demanda externa aquecida para soja e derivados, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) divulgou novas estimativas de receita. Segundo a associação, as exportações do complexo devem somar de US$ 16,8 bilhões a US$ 17 bilhões. Em 2009, foram US$ 17,2 bilhões. O efeito da atual elevação de preços no complexo soja será pequeno, no entanto. Produtores e indústrias praticamente já efetivaram as vendas externas deste ano. Mesmo com os preços elevados, a soja brasileira continua sendo disputada também pelo mercado interno. O processamento das indústrias brasileiras atingirá 33,6 milhões de toneladas. As exportações da soja em grãos, que atingiram 28 milhões de toneladas na safra passada, devem subir para 29,8 milhões neste ano. A China continua sendo o grande mercado para as exportações brasileiras. Café e milho Tradicional item na pauta de exportações, o café também engorda as receitas do país. Os dados da Secex indicam que as exportações renderam US$ 3,4 bilhões neste ano, 26% mais do que de janeiro a setembro de 2009. O milho também entrou na lista dos produtos importantes para o saldo comercial. Com preços internos em queda, o governo promoveu leilões para incentivar o escoamento do produto. O resultado foi que as exportações deste ano já somam US$ 1 bilhão, 33% mais que em igual período de 2009.

EXPROPIACAO DE TERRAS NA VENEZUELA

Chávez expropria terras e anuncia "nova ofensiva" contra o latifúndio na Venezuela .
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a expropriação de uma empresa de tecnologia agrícola e pediu que se amplie a nacionalização de terras nos próximos meses em uma "nova ofensiva" na luta contra o latifúndio.
"A Agroisleña está expropriada. Passa a ser agora propriedade popular, propriedade pátria", anunciou Chávez durante a transmissão de seu programa dominical "Alô, Presidente", em relação a esta companhia dedicada à produção de químicos agropecuários, assim como suporte tecnológico.
O presidente afirmou ainda que seu governo impulsionará a expropriação de grandes extensões de terras, sobretudo nos estados de Lara e Zulia, no noroeste do país, assim como em Apure, que faz parte da planície central venezuelana.
"Vamos acelerar a revolução agrária, que não restem latifúndios nesta pátria", anunciou Chávez.
O partido socialista de Chávez não conseguiu manter a maioria qualificada do Parlamento nas eleições legislativas há uma semana.
COMPANHIA INGLESA
Chávez também ordenou neste domingo a nacionalização de terras de propriedade de uma filial da companhia britânica Vestey na região central do país, durante a transmissão de seu programa de televisão no qual chamou a "acelerar a revolução agrária".
"Quero dar conclusão à nacionalização das terras da chamada Companhia Inglesa", declarou Chávez. "Todas as terras da chamada 'Companhia Inglesa' já foram nacionalizadas, não quero perder nenhum dia mais", completou o presidente.
A Companhia Inglesa é filial da britânica Vestey, um grupo de empresas privadas, e as terras que foram nacionalizadas estão no estado de Apure, na planície central venezuelana.
O Estado venezuelano já tinha tomado o controle de propriedades da Vestey em 2005. Esta companhia tem terras e cabeças de gado em outros estados do país, como Guárico e Falcón, no centro norte do país.
REVOLUÇÃO
O líder não especificou quantos hectares serão expropriados pelo Instituto Nacional de Terras (Inti) este mês, só ressaltou que sua "revolução" socialista iniciará "uma nova ofensiva" em seu empenho de aumentar a produção alimentícia do país.
Chávez insistiu que seu governo deve "criar definitivamente o novo modelo econômico" socialista e sustentou que, para isso, é indispensável "liberar as terras dos latifundiários" e entregá-las aos camponeses para que "produzam alimentos para alimentar o povo, não para transformá-los em mercadoria".
"Vamos com tudo: o Inti, as Forças Armadas, as frentes camponesas, todos unidos para resgatar até o último latifúndio na Venezuela", expressou o presidente.
HISTÓRICO
Chávez declarou, em 2004, "guerra ao latifúndio" e a terra ociosa no marco de uma "revolução agrária" com a qual promete ceder aos camponeses pobres lotes de terrenos.
Segundo dados oficiais disponíveis, o governo venezuelano recuperou, em 2009, um total de 500 mil hectares de terra improdutiva ou de titularidade não demonstrada para "garantir seu uso social" de acordo com o Plano Agrícola Nacional.
A oposição rejeita as expropriações por considerá-las ilegais e diz que o governo engana os camponeses porque não lhes entrega a titularidade da terra, mas uma permissão de produção.
Também critica a política agrícola do governo, que qualifica de destrutiva, com o argumento de que a alimentação dos venezuelanos depende em mais de 60% das importacoes .

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