domingo, 3 de octubre de 2010

EXPROPIACAO DE TERRAS NA VENEZUELA

Chávez expropria terras e anuncia "nova ofensiva" contra o latifúndio na Venezuela .
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a expropriação de uma empresa de tecnologia agrícola e pediu que se amplie a nacionalização de terras nos próximos meses em uma "nova ofensiva" na luta contra o latifúndio.
"A Agroisleña está expropriada. Passa a ser agora propriedade popular, propriedade pátria", anunciou Chávez durante a transmissão de seu programa dominical "Alô, Presidente", em relação a esta companhia dedicada à produção de químicos agropecuários, assim como suporte tecnológico.
O presidente afirmou ainda que seu governo impulsionará a expropriação de grandes extensões de terras, sobretudo nos estados de Lara e Zulia, no noroeste do país, assim como em Apure, que faz parte da planície central venezuelana.
"Vamos acelerar a revolução agrária, que não restem latifúndios nesta pátria", anunciou Chávez.
O partido socialista de Chávez não conseguiu manter a maioria qualificada do Parlamento nas eleições legislativas há uma semana.
COMPANHIA INGLESA
Chávez também ordenou neste domingo a nacionalização de terras de propriedade de uma filial da companhia britânica Vestey na região central do país, durante a transmissão de seu programa de televisão no qual chamou a "acelerar a revolução agrária".
"Quero dar conclusão à nacionalização das terras da chamada Companhia Inglesa", declarou Chávez. "Todas as terras da chamada 'Companhia Inglesa' já foram nacionalizadas, não quero perder nenhum dia mais", completou o presidente.
A Companhia Inglesa é filial da britânica Vestey, um grupo de empresas privadas, e as terras que foram nacionalizadas estão no estado de Apure, na planície central venezuelana.
O Estado venezuelano já tinha tomado o controle de propriedades da Vestey em 2005. Esta companhia tem terras e cabeças de gado em outros estados do país, como Guárico e Falcón, no centro norte do país.
REVOLUÇÃO
O líder não especificou quantos hectares serão expropriados pelo Instituto Nacional de Terras (Inti) este mês, só ressaltou que sua "revolução" socialista iniciará "uma nova ofensiva" em seu empenho de aumentar a produção alimentícia do país.
Chávez insistiu que seu governo deve "criar definitivamente o novo modelo econômico" socialista e sustentou que, para isso, é indispensável "liberar as terras dos latifundiários" e entregá-las aos camponeses para que "produzam alimentos para alimentar o povo, não para transformá-los em mercadoria".
"Vamos com tudo: o Inti, as Forças Armadas, as frentes camponesas, todos unidos para resgatar até o último latifúndio na Venezuela", expressou o presidente.
HISTÓRICO
Chávez declarou, em 2004, "guerra ao latifúndio" e a terra ociosa no marco de uma "revolução agrária" com a qual promete ceder aos camponeses pobres lotes de terrenos.
Segundo dados oficiais disponíveis, o governo venezuelano recuperou, em 2009, um total de 500 mil hectares de terra improdutiva ou de titularidade não demonstrada para "garantir seu uso social" de acordo com o Plano Agrícola Nacional.
A oposição rejeita as expropriações por considerá-las ilegais e diz que o governo engana os camponeses porque não lhes entrega a titularidade da terra, mas uma permissão de produção.
Também critica a política agrícola do governo, que qualifica de destrutiva, com o argumento de que a alimentação dos venezuelanos depende em mais de 60% das importacoes .

Archivo del blog